Maria Rivanda do Nascimento Ramos

O ROMANTISMO PORTUGUÊS EM AÇÃO: SONHO E SAUDADE

Nas brumas suaves da pátria amada,

Surge o Romantismo, alma encantada,

Em tempos de luto e transição,

Ecoa o pranto da Revolução.

 

Guerra e mudança marcam a era,

Brasil se afasta, a dor impera,

Mas nas palavras, esperança e cor,

Nasce um novo e intenso ardor.

 

Garrett, o pioneiro, a voz que clama,

Traz “Camões” em sua chama,

No “Frei Luís de Sousa”, a tragédia vem,

Ecoa o fado de um triste além.

 

Herculano, em versos e história,

Canta a pátria, sua memória

No “Eurico, o Presbítero”, a lenda ressoa,

O passado heróico na pena entoa.

 

Castilho, o mestre da doce rima,

Na lira canta a pátria acima,

Mas vem João de Deus, de versos ternos,

E enche os corações de sonhos eternos.

 

E na segunda geração,

Surge um nome, a escuridão:

Camilo, o realista romântico,

No “Amor de Perdição”, o pranto.

 

Saudosismo e idealização,

O medieval na exaltação,

Natureza em tom inspirador,

E o amor, delírio e dor.

 

Ó Romantismo, quão doce foste!

Na pena ardente de cada poeta,

Ficaste na história, nunca partiste,

No coração da alma inquieta.