Nas brumas suaves da pátria amada,
Surge o Romantismo, alma encantada,
Em tempos de luto e transição,
Ecoa o pranto da Revolução.
Guerra e mudança marcam a era,
Brasil se afasta, a dor impera,
Mas nas palavras, esperança e cor,
Nasce um novo e intenso ardor.
Garrett, o pioneiro, a voz que clama,
Traz “Camões” em sua chama,
No “Frei Luís de Sousa”, a tragédia vem,
Ecoa o fado de um triste além.
Herculano, em versos e história,
Canta a pátria, sua memória
No “Eurico, o Presbítero”, a lenda ressoa,
O passado heróico na pena entoa.
Castilho, o mestre da doce rima,
Na lira canta a pátria acima,
Mas vem João de Deus, de versos ternos,
E enche os corações de sonhos eternos.
E na segunda geração,
Surge um nome, a escuridão:
Camilo, o realista romântico,
No “Amor de Perdição”, o pranto.
Saudosismo e idealização,
O medieval na exaltação,
Natureza em tom inspirador,
E o amor, delírio e dor.
Ó Romantismo, quão doce foste!
Na pena ardente de cada poeta,
Ficaste na história, nunca partiste,
No coração da alma inquieta.