Meu amigo Allan,
Lembro de você lá em 2018,
Cabelo longo, mas era punk.
Parecia um louco com aquele skate.
Só falava de coisas absurdas e verdadeiras.
Coisas que o mundo tenta esquecer.
Sua revolta também era a minha revolta.
Lembro quando você se juntou a mim e ao Pedro.
Nosso playboyzinho sumiu,
provavelmente ele já casou.
Você achava que minha teoria era do Caos,
Mas a minha busca era mesmo metafísica.
Você sumiu como somem os bons sonhos,
como acabam as boas amizades.
Lembro do cachorro quente atrás do Sambódromo,
Lembro das histórias dos protestos.
Sim, eles te pegaram, meu amigo.
Eles te mataram.
Mas agora deves estar mais tranquilo.
Talvez logo encontre contigo.
Talvez você não tenha se formado;
Pude conhecer a sua mãe,
E então entendi sua revolta.
Longe de mim querer proselitismo,
Mas o fundamento de tudo é a Fé,
é o catolicismo.
Enfim, Eu você e Pedro,
Boas lembranças, meu amigo.
Lembro de nossas conversas sobre a iniciação científica,
Aquele louco trabalho que tu fizeste em Ciências Ambientais,
Era sobre ratos e larvas?
Já nem lembro mais,
Tantas lembranças passadas,
Aquele emprego na bolsa que tu me ajudou,
Aquele laboratório de larvas medicinais...
Fedia igual um curral,
Mas era tudo muito legal!
Aquelas aulas de histologia,
Membrana plasmática,
e a professora de embriologia?
Muito chata!
E aquelas patricinhas da Zona Sul,
Muito lindas.
E tu achava que elas te perseguiam,
só loucura.
Aquele prédio de biomedicina parecia mal assombrado!
E principalmente naquele lado homeopático.
As lembranças ficaram.
Obrigado por ter passado na minha vida,
esse texto é para você,
meu amigo.
18 de julho de 2025