Boreal

Real

Há coisas que tocam os olhos, mas não tocam a alma.
Por tantas palavras que ouvi e não tinham nenhum significado.

O real é o que permanece em mim,
mesmo quando o silêncio é tudo o que me cerca.
É o que vibra nos espaços entre um suspiro e outro,
é o que resta quando as máscaras caem
e o mundo volta a ser só carne, osso e sentimento.

O real não grita, mas marca.
Não precisa provar,  ele simplesmente é.
É aquela lembrança que volta sem ser chamada,
a dor que ensina, o amor que não exige,
a verdade que não precisa ser dita para ser sentida.

O real sou eu quando ninguém está olhando.
Sou eu quando me desfaço de tudo o que esperam de mim
e me abraço, imperfeita, inteira, em paz.