quem diria que tudo acabaria,
logo nós, que ríamos do tempo,
que falávamos de eternidade
como quem fala do almoço de amanhã.
quem diria… que o amor também cansa.
tantas promessas feitas de mãos dadas,
agora dormem em silêncio no fundo das gavetas.
não gritei, tu não choraste —
foi só um adeus morno,
e a gente partiu sem partir o bastante.
quem diria que tudo acabaria…
que até teu nome se tornaria espinho,
que tua risada me cortaria os ouvidos,
e o que era lar, viraria labirinto.
quem diria, quem imaginaria…
e hoje eu olho nossas fotos antigas
como quem olha o próprio fantasma no espelho.
o amor… ele foi.
mas a dor, essa ainda dorme comigo.
e acorda antes do despertador.
16 jul 2025 (11:36)