queria comprar mais tempo
numa esquina dessas da vida,
onde o relógio cansa de correr
e a saudade ainda te chama de mãe.
queria juntar moedas de segundos,
horas em punhados,
e trocar tudo por um domingo qualquer,
com teu cheiro no café,
tua voz me chamando pelo nome inteiro.
dizem que o tempo não se vende,
mas eu pagaria caro —
com meu riso, com meus passos,
só pra te ver mais uma vez
dobrando o lençol com aquele carinho antigo.
ficou tanta coisa em mim que era tua:
teu jeito de cuidar em silêncio,
teu abraço que curava tudo,
até o que doía por dentro.
e agora...
é como se eu vivesse com um pedaço faltando,
um amor que não cabe só na memória.
mãe, se o tempo fosse loja,
eu te comprava de volta.
15 jul 2025 (11:19)