Nalva Melo

No SilĂȘncio da Madrugada

No Silêncio da Madrugada

Quis dormir, mas o sono fugiu,  
No peito, a respiração se partiu.  
Uma dor imensa me fez calar,  
Sufocou meu coração sem avisar.

As palavras se perderam em mim,  
Na porta, a solidão bateu enfim.  
O frio entrou, sem pedir licença,  
E a ferida antiga fez presença.

Desejei voltar, deixar de existir,  
Não mais acordar, não mais sentir.  
Vivi de ilusão, me enganei outra vez,  
Sonhei com água, mas era só aridez.

Oh Deus, escuta o meu clamor,  
Não me deixes sem Teu amor.  
Sustenta-me, não deixes desvanecer,  
Se estou só, que eu possa Te ver.

Resta-me o Senhor, fiel e presente,  
Que nunca me deixou, eternamente.  
Abraça-me, Pai, com Teu calor,  
E esconde-me no Teu eterno amor.