a dor não grita, mas pesa.
entra devagar, sem tirar os sapatos,
senta no peito,
e fica.
não avisa quando chega,
não pede licença pra cortar o dia ao meio.
ela simplesmente se instala
como se sempre tivesse morado ali.
tem dias que ela vem pequena,
um fiapo na garganta,
um nó no olhar.
mas tem dias que ela vem inteira
e eu desapareço.
ninguém vê quando ela me abraça,
mas eu sei —
porque fico menor toda vez.
meus passos mudam,
meus olhos mentem,
meu riso falha.
a dor…
é um silêncio que ninguém ouve,
um nome que a boca não diz,
uma ausência que mora
em cada coisa que um dia me fez feliz.
e mesmo quando passa,
deixa um eco.
como se dissesse:
\"não esquece, eu já estive aqui.\"
14 jul 2025 (11:50)