Um colarinho gelado,
um sorriso ardente,
o céu se derrama em azul líquido,
leve como a gente.
O vento dança na pele,
o tempo tira os sapatos,
não há pressa, nem destino,
só o agora sem retratos.
O ouro no copo guarda
o fogo que vem do olhar,
brindamos sem dizer nada—
o silêncio sabe escutar.
Mas quantos perdem o instante
na pressa de chegar?
Só quem perdeu o agora
aprende a ficar.
Porque a vida é esse toque,
esse riso, essa brisa que passa.
Se tem tudo nesse agora,
não precisa de mais nada.
Isso é tudo. E quem sente: basta.
L. R. Ramos – janeiro de 2025