No espelho dos teus olhos não me vejo,
sou sombra que te segue, em vão, calada.
Teu riso é sol, mas nele não me achego,
sou chuva que deságua na estrada.
Te escrevo em silêncio, linha a linha,
no papel que o tempo já rasgou.
Teu nome é chama que não se aninha,
é beijo que sonhei — e não tocou.
E sigo, com o peito em tempestade,
amando sem medida ou direção.
Amor que é luz, mas vive na saudade,
reflexo apenas — nunca coração.