Ninguém viu
quando eu fui embora de mim.
Ninguém tava ali
enquanto as paredes desabavam
e eu desmoronava por dentro.
No silêncio que me calou, eu morri.
Não inteira — por partes.
Pedaço por pedaço,
até que não restasse
meu ser em mim.
O mundo pesa mais
quando ninguém segura sua mão.
Quando ninguém tá vendo.
Quando tudo dói tanto
que chega a preencher todo aquele vazio.
É como se afogar
em alto-mar,
por pura vulnerabilidade — em silencio