Pare agora.
Respire.
Feche os olhos.
Leia-me com o corpo.
Meus versos não têm pressa —
caminham entre teus pelos,
sussurram nos teus mamilos,
e repousam sob teu calor que escorre.
Cada palavra te despe, botão por botão,
até que teus seios dancem livres,
rimas doces, firmes, à espera
da minha boca faminta de poesia.
Deixa meus poemas ajoelharem-se à tua flor,
Branca, sedenta, em devoção.
A tinta que escorre entre as linhas
é o que umedece tua alma em expansão.
Tuas pétalas se abrem — suaves, apertadas —
como quem deseja ser escrita em silêncio.
Pois meus versos não tocam: eles entram.
Com amor e volúpia, atravessam teu centro.
Te imagino arfando enquanto me lês,
a mão presa ao lençol ou entre as coxas,
minha poesia — este falo ereto e lírico —
te penetra em flor, fazendo-te mais solta.
E quando chegares ao fim —
não do poema, mas de ti —
meu nome será o som que vibra
entre teus tremores e tua entrega sutil.
E se, ao findar dos versos, teu corpo estremecer,
se a respiração fugir-te como quem se desnuda —
então, sem palavras, retorna ao início.
Pois há poemas que se leem com a pele nua.