Reflexo...
Não anseio vestir-me em plumas
Nessa rotina mórbida, só cheira a dor
Dos banhos de sais e espumas
Nem mesmo aroma restou
Olho-me no espelho
Dispo-me dos artifícios
Vejo-me por inteiro
Onde mora meu eu, ou seus resquícios
As paredes engoliram meu orgulho
Incertezas suprem o espaço
Sou apenas o entulho
Que anseia, o universo de um abraço
Nas telas, apenas números a mais
Tantas perdas, tantos danos
Quanto custa em reais?
Que valeram nossos planos?
O futuro já se escreve
Em breve, seremos apenas história
Como nossos ancestrais...