Anna Gonçalves

O banquete das ilusões 09/07/2024 (releitura)

Romantizar a inconsciência 

mesmo sendo consciente dos sentimentos 

Psicologia analítica é a onda do momento

É a novo amor da geração 

                                [Geração da confusão]

E então eu me libertei

não do \"amor\" breve que existiu,  
mas da espera que me consumia  
como fogo em silêncio e tardio.  

Ficam os versos,  
as músicas,
as madrugadas frias,  
o teu sorriso quando tudo  
ainda era possível.  

Mas também ficou  
o tempo que roubaram de mim
as horas gastas decifrando  
os talvez,  
das ausências disfarçadas  
de cansaço.  

                    [E minha mente já estava completamente um bagaço]

Não se rega uma planta  
que não quer crescer.  
Não se espera por quem  
chega sempre atrasado  
ao próprio destino.  

                    [Mas respeito e admiro o ritmo]

Porta fechada
sem rancor, mas com verdade.  
Levo contigo apenas  
o que me fez mais leve  
a certeza de que eu fui inteira,  
mesmo quando tu  
estavas pela metade.   

Se quisesse,  
estaria aqui.  
Não entre pensamentos  
e ausências que doem  
como silêncio em quarto vazio.  

Se importasse,  
não deixaria  
decifrando tuas pausas,  
tuas fugas,  
tuas desculpas  
que soavam a adeus.  

E eu   
que juntei migalhas  
de um banquete  
que nunca existiu   
Entendi. 

amor não é
o que prometem  
no escuro e deslumbra ternura.

É quem aparece
na luz do dia
e constrói,
sem medo,
o que diz sentir.