Melancolia...

Caos que Sorri.

No começo, tudo fora do lugar,
almofadas no chão, tinta no sofá,
o vento brincando com os papéis no ar,
e eu tentando — em vão — organizar.
Mas algo em mim dizia: deixa estar.
 
 
Sapatos dançando longe do par,
um copo tombado querendo chorar,
os risos fugindo sem avisar,
e a música alta a me embriagar.
Era caos..., mas um caos a me abraçar.
 
 
Entre a bagunça, teu olhar brilhava,
como se ali o mundo começava,
e o riso que tua boca lançava
fazia até o erro virar piada —
e a desordem se tornava encantada.
 
 
No fim, tudo era só memória boa:
pintura na parede, almofada à toa,
e eu ali, com a alma quase à toa,
rindo da vida que escorrega e voa,
num domingo que ninguém mais perdoa.
 
 
Porque há beleza nesse tropeço,
nesse improviso, nesse começo,
em cada pequeno e tolo excesso
que faz do desajeito um endereço
onde a alegria mora — e eu confesso.
9 jul 2025 (11:49)