Era só uma pedrinha.
Pequena,
mas teimosa.
Ficava ali, entre o passo e o incômodo,
me lembrando que nem tudo estava bem.
Eu seguia, mesmo mancando por dentro.
A dor era discreta, mas constante.
E no fundo,
eu já tinha me acostumado com ela.
Até que um dia,
parei.
Descalcei.
E percebi...
não era sobre a pedra ser grande,
mas sobre o quanto ela me tirava a leveza.
Agora que tirei,
não é que eu sinto falta.
É que reconheço o alívio.
É que o silêncio da dor me mostra
que por muito tempo
doeu mais do que eu admitia.
E agora que não dói,
eu não quero correr.
Quero caminhar com calma,
sentindo o chão inteiro,
sem tropeço,
sem pressa,
sem pedrinha.