corpos suados.
língua entre os dentes.
meu nome virando calor no teu ombro.
sorrisos — disfarces de um grito que cresce.
esqueci o tempo.
o instante: faca e flor,
a lâmina que toca e abre pétalas.
quero o toque que não pede,
a mão que hesita,
então invade, devagar,
feito carta sem data,
manchada de vinho e pressa.
clímax:
um silêncio que respira,
algo que não se diz em voz alta,
mas se escreve —
no espelho embaçado,
onde a nossa forma treme.
depois, teus olhos.
quietos.
como se tivessem visto
o mundo parar
só para nós.