L.U

Vazio, mas destruĂ­do

Novamente,
Eu fecho os olhos e ouço o mundo
Perdido, devastado e moribundo
Sempre me encontro no alto desse precipício
E com apenas desgosto, eu não tenho rosto
Isso me preocupa todas as manhãs
Mesmo estando sozinha o barulho que vem da escuridão lá embaixo é inevitável
Ele me torna impotente e quebrável
Não existe porta para fora dessa minha mente
Mas as janelas poderiam quebrar-se facilmente
E eu tenho certeza que meus monstros usariam os dentes
Por que se torna perfurante pensar na estrada que eu deixei
Tantos cacos, tantas poças e buracos..
Eu tenho um desejo obstinado de voltar para consertá-los
Mas uma corrente me puxa para frente
Amarrada ao meu pescoço, eu a seguro e tento voltar
Sempre olhando para trás, sempre olhando para trás
Mas não se engane soberana ave
Eu escolhi não voar
Eu escolhi essas correntes à me puxar
Eu escolhi o lugar mais dolor para tudo isso me amarrar
Por isso não me importo de todo dia quase me sufocar

Abrindo os olhos dentro desse quarto,
Percebo que minha mão esquerda esta segurando firme meu pescoço
Eu faço uma careta, mas permaneço sem rosto