Fugindo de mim...
me alcanço.
Destruindo o que fui...
renasço.
Entre ruínas e paredes novas,
sou abrigo e abandono,
sou lar e tempestade.
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Construo pontes
com as mãos que também derrubam.
Acaricio com dedos
que já feriram(!)
Castigo-me
enquanto me perdoo.
Desperto e adormeço
no mesmo pensamento.
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– Escrevo
– Leio
– Apago
– Rabisco
– Corrijo
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E sigo...
:
Sou o autor do livro que não sei o fim.
Cada página...
um dia vivido às cegas.
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No palco,
sou luz e sombra.
Cenário e bastidor.
Silêncio e aplauso.
Falo comgo em voz alta,
e me escuto em silêncio...
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As palavras que me vestem
me despem
me protegem,
mas também me expõem.
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Crio cenas
que ninguém vê(!)
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Vivo momentos
que ninguém sente.
Interpreto papéis
que só eu entendo.
E mesmo quando me explico,
não sou compreendido...
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Sou diretor do acaso,
ator do improviso,
roteirista do instante.
Sou plateia de mim,
mas ninguém mais assiste.,,
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No teatro da minha existência,
sou espetáculo contínuo.....................
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E no final de cada ato,
a cortina cai
diante
de um único olhar:
o meu.