Minha flor nascida em lava,
não se derrame nas suas raízes.
Perceba o milagre da fumaça
que se condensou em vida.
Teu pólen acinzentado mancha
os céus com fuligem e asco.
Tudo é muito pequeno pra você.
Na dor fui feito fria carne,
sangrando em mim mesmo
com os olhos mergulhados no suor,
ardentemente vulcânicos.
E o meu desejo de liberdade
capturado por objetivos líquidos,
a mais fugaz areia.
Ser vivo novamente, morrendo
toda semana para um começo
que se lambuza em confusão.
E todo adaga escondida nas palavras
abrindo feridas borbulhantes
da cor mais púrpura.
Amar a violência nessa busca
de um talvez tão fraco
como um convite para a morte.