Teus fingidos amorosos olhos
Brilhando, para mim mentiam,
E teus rubros lábios enganavam
Quando para mim, vistosos sorriam.
Teus fingidos carinhos cálidos,
Mãos benignas que acariciaram
O coração do poeta apaixonado,
Tão impiedosos me apunhalaram.
Teus fingidos toques tão suaves
De teu coração que muito mente
Acreditei um dia serem de verdade
Mas em teu golpe caí, inocente.
Teus fingidos afetos, hoje lamento
A juventude que contigo desbotei,
De meus sôfregos olhos fatigados,
Solitário, lágrimas dementes esgotei.
Teus fingidos risos à hora noturna,
E a amorosa emoção mentida,
Que leviano acreditei ser verdadeira,
Amor que seria para toda vida.
Teus fingidos lânguidos suspiros,
O teu corpo que enamorado toquei,
Me deram solidão e o mar de pranto
Que, em lágrimas, me afoguei!