O Búzi serpenteia sob o sol ardente,
Carregando segredos na corrente.
— Água que banha raízes de mapuji,
Testemunha muda do que fui.
As crianças cantam na chuva caindo:
‘Mu-te-te-ru-we! Vhura ngayine’— o mundo renovando.
Pés descalços pisam a terra molhada,
Histórias ancestrais em cada gargalhada.
Corpos que dançam em noite estrelada:
‘Kutamba, unotamba?’ — alma libertada.
Os tambores falam línguas antigas,
Nascer, viver, morrer — geometrias mágicas.
Velhos sussurram ao fogo crepitante:
‘O rio não esquece seu caminho adiante.’
E enquanto as estrelas descem ao chão,
O Ndawu tece sua eterna canção.
Julião da Elisa