Te ergo, trêmula, no abraço tenso,
o véu ainda cobre teu olhar rendido.
Tuas pernas procuram meu corpo,
em busca do encaixe que silencia tudo.
Com uma mão, guio teu ventre aberto,
teu calor me envolve centímetro a centímetro.
O primeiro deslizar te faz arfar,
o segundo, te faz esquecer teu nome.
Teus braços rodeiam meu pescoço,
teus seios comprimem meu peito arfante.
Nos movemos em balé urgente,
corpos clamando a mesma sentença.
Minha boca te encontra e te beija,
enquanto te afundo, lento e sem pudor.
E teus gemidos rasgam o silêncio,
num canto rouco que me consome.