... poeta do cerrado ... Luciano Spagnol

CONTRADIÇÃO (soneto)

Se eu peço a este soneto que compaixão

Não seja opoente ao coração enamorado

Tão pouco o fado rebelde e despreciado

Se versar com afeto traz branda sensação

 

De onde vem tão truculenta inspiração

Duns versos que se mostram obrigado

A causar no contrário, tão desesperado

Na ilusão, e feito a modo de divagação

 

Minha poesia inquieta e falante chora

Num prosar que está a cantar e, assim,

Tão encharcado de suspiro, vêm fora

 

Aparenta então que na rima sofrente

Minha poesia vive a chorar por mim

Só para ver a insatisfação contente.

 

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

03 julho 2025, 18’58” – Araguari, MG

 

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