O gato passa pelo muro,
calado.
Encho o copo —ainda é cedo.
Espero o dia passar,
acompanhado de tormentos.
Enquanto isso, ele tá lá,
dormindo na árvore.
Meu chão: sujo.
Folhas.
Como forma de carinho,
coloco fogo.
Um gole no whisky,
um dedo para o gato.
Já caiu a noite,
sem lua.
Pelo mesmo muro,
na penumbra,
ele volta, refazendo seus passos.
Escorrega
e cai para o lado.
Ao final da garrafa,
eu rio e grito:
— Ah, domesticado.