Eu e a minha mente somos separados
e tenho a certeza de que esta não me quer bem,
pois por mais que eu tente sempre me erra,
quer me ver magoado, e por mais que saiba que é errado, faz me errar mais uma vez, e isso faz odiar me, pois no fundo eu sou a minha mente, e não é a mente que me mente, mas eu que me minto quando digo que a culpa é dela, a culpa é minha por saber que é um erro e por impulso fazer o que sei que me vou arrepender, e sem pensar no que isso vai fazer a quem me importa, e assim fecho as portas que antes estavam abertas e me guio num caminho cada vez mais estreito para a solidão. Da solidão eu vim e para lá eu vou, gostava de começar do zero reescrever o que errei porque o peso da culpa e da mágoa seguram me para baixo enquanto nado neste mar de emoções, e cada vez me sinto mais sufocado e afogado por estas sensações, e sempre que quase me afogo há algo em mim que me faz dar um salto e respirar e assim passar mais uns tempos a sufocar, é a diferença entre viver e sobreviver, é sobre viver agarrado ao passado e não conseguir largar, mas depois pergunto me será que mudei?, será que faria diferente?, mas tenho que seguir em frente.
Os dias passam…, e eu cada vez sei menos quem sou, cada vez mais não sei o que quero.
Cada vez tenho menos motivação, sinto me sozinho, e estou sozinho, pois acordei de um sonho de quase 3 anos, q agora me assombra, e a sombra do que foi me perturba.
Quem esteve não me deixa ter quem está, medo de ser deixado, deixa me paralisado, e não me deixa abrir, por isso sentir me sozinho também é culpa minha. Demasiado cobarde para desistir, a dor assusta me, porém viver dia após dia também magoa tanto, e o quanto precisava de um santo, não pode ser escrito, mas eu não acredito nisso, porque se houvesse algo parecido, não me parece que teria sofrido, e que teria visto morrer aqueles que só queriam o bem…
Escrever é uma escapatória ilusória, pois sei que assim que pousar a caneta, as palavras que enchem a folha passam a encher me a cabeça, e não me importa quem esqueça, eu não esqueço o que fiz, eu não esqueço o que passei, e a cruz que carrego não esquecerei, ao mesmo tempo tenho tanto medo de ser esquecido, mesmo ainda vivo, eu mesmo me matei. As ideias são novas mas tão desorganizadas que se repetem em ciclo, e assim sinto me um ventrículo inanimado, mas que ganha vida quando alguém me controla, sou demasiado dependente da aprovação do resto, e quando nada me resta fico sem vida impressionado, como mais uma vez deixe me ser usado. Uso piadas e humor para disfarçar o ardor que sinto, pois cada gargalhada e cada sorriso, faz me sentir um pouco menos vazio, até lembrar me mais uma vez que a piada sou eu e que se riem de mim e não comigo.
Não me sinto valorizado, mas cada vez tenho menos valores, e já tentei de tudo um pouco, desenho, canto, escrita, desporto, não me encaixo em nenhum, e fico frustrado por ser um fracasso em tudo o que faço, mas não tenho motivação para conseguir melhorar. Ao longo que escrevo isto cada vez mais me apercebo que a posição onde me encontro, não é culpa de ninguém se não minha, eu mesmo sou quem me mata, cada segundo que passa mais me custa manter o sorriso, só quero que isto acabe logo…