Elfrans Silva

CHOVENDO EM MEU CORAÇÃO

CHOVENDO EM MEU CORAÇÃO 
 
A chuva torrente que cai de repente 
Irrompe a nascente e inunda o sertão 
É qual tempestade de dor e saudade
Que fere e invade, o meu coração 
                
O céu escurece, a cidade adormece
O tempo alentece o romper da aurora
Envolto num linho, e um copo de vinho
Escrevo sózinho esquecido da hora
 
Não sei se será a chuva passageira
Ou se ela demora a noite inteira
Quem dera não imite minha saudade
Troveje fazendo-se uma tempestade 
 
Doidos me são os pingos no corpo
Sentindo impactos na minha palma
São noites de insônia e de desconforto
Lembranças gélidas que minam a alma
 
O ar quente me lembra o seu movimento
Sobe à mente e condensa a sua imagem
Chuva de verão que alonga seu tempo
Intempestiva me arrebata a paisagem
 
Provoca estragos mas, recupera o verde
Estendo as mãos, sentindo a sensação
Até entre meus dedos o pingo que se perde
Espalham euforia banhando o meu chão 
 
Se dissipassem os meus tristes dias
A chuva seria uma coadjuvante
Amanhã, quem sabe, a meteorologia
Me diz que haverá um sol causticante
 
A chuva torrente que cai de repente 
Parece que sente meu passado exposto
Parceira das noites, no dia presente
Recria, iminente, o sorriso em meu rosto
           (elfrans silva)