Wander Motta

Partir é morrer um pouco

Não tudo, só um pedaço
Um gesto, uma rua, um nome
Algo fica... e algo vai...

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Deixar para trás é sempre doer
Não grita, mas pesa
É ausência com perfume,
memória com pulso...

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Em cada partida,
uma promessa se desfaz
Um riso se apaga
Um instante se eterniza...

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Ficamos menos,
mas talvez mais verdadeiros
Cada adeus nos refina,
como o tempo faz com o vinho,
ou o mar com a pedra...

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E ainda assim, partimos
Pelo que amamos,
pelo que tememos,
pelo que ainda não sabemos nomear...

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Partir é morrer um pouco
Mas é também nascer,
recomeçar,
viver... por inteiro....

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