São dois corpos nus...
Mas uma única vontade...
São duas almas carentes...
Mas um só desejo...
São duas liberdades ganhas...
São dois corpos nus
febris de fogo...
Se enroscam como serpentes famintas
Cada pele...
um mapa a ser desbravado
Cada toque...
uma explosão que se pinta
Uma única vontade...
o gozo...nu...cru sem pudor nem censura...
Línguas se encontram bocas se devoram...
Num festim de volúpia e loucura...
São duas almas carentes de entrega...
Mas um só desejo
Urgente e profundo
Gemidos abafam a razão do mundo...
E o tempo evapora num segundo...
Mãos audazes percorrem abismos...
Dedos penetram segredos molhados
Ecos de prazer ecoam nas paredes...
orgasmos vorazes... descompassados...
São duas liberdades ganhas... soltas...
Sem medo...
sem culpa...
sem moralidade...
A carne é altar e o suor oração
No culto febril da insanidade...
Ela cavalga sem rédea nem freio...
Ele devora como fera faminta...
O quarto é um campo de guerra e delírio...
Onde o amor se mostra...
e se extingue...
Não há depois só o agora que explode...
Corpos exaustos...
mas ainda famintos...
Beijos mordem...
olhos imploram...
E o desejo recomeça nos instintos...
Vorazes...
insaciáveis...
sem pudor...
Degolados pelo amor e fogo.
F€ITIC€IRA