Era pra ser teto, abrigo, calor,
mas ficou só a porta entreaberta.
Um amor que jurava ser flor
murchou na estação mais incerta,
me deixou só, sem rumo, sem coberta.
Fiz planos com mãos tremendo de medo,
sonhei alto, sem rede embaixo.
Dei tudo de mim, sem segredo,
mas fiquei com o fim no encaixe,
um silêncio frio no meu enredo.
Você foi ficando cada vez menos,
até que sumiu de vez, sem barulho.
E eu, com os olhos pequenos,
ainda esperava o orgulho
descer do peito e pedir pra ficar.
Mas não ficou. Amor não mendiga.
E esse, que era tão prometido,
só deixou saudade antiga
e um coração partido
gritando num quarto sem vida.
Agora vivo de restos, lembrança,
sombra do que podia ter sido.
Um amor, uma falsa esperança,
que virou só abrigo vencido...
um amor abandonado e esquecido.
2 jul 2025 (10:29)