Te despes como quem oferece um segredo,
e meu olhar percorre cada poro que desperta.
Tua pele nua, lume que me deixa sem medo,
seios firmes, promessa incerta.
Deito-te sob mim, tua respiração entrecortada,
minhas mãos devassam teu ventre macio.
Tua coxa se abre, flor já orvalhada,
num convite ao desvario.
Minha língua explora teus contornos, febril,
do colo ao vale que geme ao meu toque.
Sinto teu corpo render-se ao perfil
do meu, encaixe que nada desboque.
Entre gemidos, nos tornamos chama,
num vaivém que te faz tremer inteira.
Quando teu gozo explode e te inflama,
é prece sagrada em noite derradeira.