Há dias em que tudo pulsa demais
e mesmo assim, parece nada.
Um grito mora entre os dentes, mas sai em forma de silêncio
Um silêncio gritante...
É como carregar dois espelhos quebrados
Um reflete tudo o que falta, e o outro tudo o que sobra...
Mas não se complementam.
Ser e não ser
na mesma respiração
saber e duvidar que sabe,
tudo no mesmo pensamento
A cabeça sussurra: inútil.
O coração rebate: olha tudo o que você já fez.
O corpo falha, mas insiste, anda torto mas segue estrada a fora.
Há um quarto trancado dentro de outro
e uma versão de si batendo na porta pedindo pra entrar ou pra sair, quem vai saber??
A mente tropeça no próprio eco
Não há paz no centro, porque o centro não existe
Só extremos dançando como duas estrelas prestes a fundir e se tornar a aberração do cosmos.
E ainda assim... no meio do caos, há quem segure o próprio nome como se fosse
a última coisa que restou.
Afinal, quem é que sobrevive sendo metade e excesso ao mesmo tempo?