Há anos de reclusão, Dom Valentino se ergue
Do dormitório lúgubre, sob a égide da noite
Seu anelo efusivo, sublime anuência
Já não dorme o discrepante, que nos castelos dos montes era o díspar
Por que sua cor o impede de se transformar em morcego?
Essa interrogação permeia sua cabeça e cabelos crespos
Em passos lentos, sua metamorfose vira batalha interna
Onde o gladiador é ele próprio, em luta constante
A memória lhe traz paz e liberdade Mas é pura utopia, um sonho distante Desolado por sua limitância psico-histórica Reconhece a si mesmo como o vampiro mais poderoso
Voa, morcego! Seu lugar nunca foi onde repousava Alienado à essência, seu lugar é no topo do encosto do trono
No castelo opulente dos montes, onde a noite reina E o vampiro negro se ergue, soberano e solitário.