YURI ALVES DOS SANTOS

Vampiro Metisse

Há anos de reclusão, Dom Valentino se ergue

Do dormitório lúgubre, sob a égide da noite

Seu anelo efusivo, sublime anuência

Já não dorme o discrepante, que nos castelos dos montes era o díspar

Por que sua cor o impede de se transformar em morcego?

Essa interrogação permeia sua cabeça e cabelos crespos

Em passos lentos, sua metamorfose vira batalha interna

Onde o gladiador é ele próprio, em luta constante

A memória lhe traz paz e liberdade Mas é pura utopia, um sonho distante Desolado por sua limitância psico-histórica Reconhece a si mesmo como o vampiro mais poderoso

Voa, morcego! Seu lugar nunca foi onde repousava Alienado à essência, seu lugar é no topo do encosto do trono

No castelo opulente dos montes, onde a noite reina E o vampiro negro se ergue, soberano e solitário.