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Ernane Bernardo

Açucena

 

Açucena

 

Desfaleceu da alma 

A hombridade itinerante 

Nesse universo arrogante… 

Me fez devanear noites afora 

Minha ingrata paixão. 

Um amor platônico fez protagonizar 

O retrato antigo na parede 

Relatava somente a cor dos olhos 

O sombreado das pálpebras 

Já não hás de voltar. 

Perambulo na madrugada serena 

Sonho com minha doce açucena! 

No contexto da razão… 

Embora não mereça essa paixão. 

Na qual me condena 

No êxtase da minha aflição 

Me faz devorar como as plagas 

No jardim da vida, minha açucena! 

Desabafei com a sombra da lamparina 

Sobre nossa alma gêmeas 

O mundo me condena… 

Desabrigados do amor 

Para o abismo da solidão. 

E quando amanhecer! 

Cabe a ele o universo segmentado 

Pelos átomos da paixão 

Purificador da alma e da razão 

Naquele dia ao amanhecer 

Contemplei teu olhar 

Seu retrato na parede 

Recriou meu universo da paixão.

 

_ Ernane Bernardo