Doce Açucena
Desfaleceu da alma
A hombridade itinerante
Nesse Universo arrogante…
Me fez devanear noites afora
Minha ingrata paixão.
Um amor platônico fez protagonizar
O retrato antigo na parede
Relatava somente a cor dos olhos!
O sombreado das pálpebras
Já não hás de voltar.
Perambulo na madrugada serena
Sonho com minha doce açucena!
No contexto da razão…
Embora não mereça essa paixão
Na qual me condena.
No êxtase da minha aflição
Me faz devorar como as plagas...
No jardim da vida, minha açucena!
Desabafei com a sombra da lamparina
Sobre nossas almas gêmeas
O mundo me condena…
Desabrigados do amor
Para o abismo da solidão.
E quando amanhecer!
Cabe a ele o Universo segmentado
Pelos átomos da paixão
Purificador da alma e da razão.
Naquele dia ao amanhecer
Contemplei teu olhar
Seu retrato na parede
Recriou meu Universo da paixão.
_ Ernane Bernardo