Disseste ao vento: vem, num tom proibido,
e teu prazer escorreu em silêncio quente —
minhas mãos famintas leram teu gemido.
Beijei-te inteira, num culto irreverente,
tua pele era altar, tua língua oração,
teu corpo, em espasmos, fez-se continente.
Cavalgas meus sentidos, sem perdão —
teus seios duros, tua boca em chama,
e eu, perdido em ti, sem redenção.