Para minha avó Bibi, que me ensinou a firmeza do silêncio.
E para Yayá, meu abrigo mesmo nos dias mais bravos.
Era domingo,
Meu Martim segurava uma vela
No altar,
como quem segura a dor de todos ali,
Com doçura e inocência de criança.
Um anjo cantava sobre dores
E como é reconfortante ter-se
No colo de um Deus.
De um lado, Yayá — mulher abrigo —
Segurava minhas mãos nas suas,
Mãos em febre.
Do outro, minha avó Bibi — anciã e colo —
Respeitava o silêncio do momento,
Mas estava ali, firme.
Diante do altar, chorei sua partida.
Um choro que não conseguia conter
Tinha força de maré brava.
Lágrima —
Água sagrada.