MarianaMarques14

Missa

Para minha avó Bibi, que me ensinou a firmeza do silêncio.

E para Yayá, meu abrigo mesmo nos dias mais bravos.

 

Era domingo,

Meu Martim segurava uma vela

No altar,

como quem segura a dor de todos ali,

Com doçura e inocência de criança.

 

Um anjo cantava sobre dores

E como é reconfortante ter-se

No colo de um Deus.

 

De um lado, Yayá — mulher abrigo —

Segurava minhas mãos nas suas,

Mãos em febre.

Do outro, minha avó Bibi — anciã e colo —

Respeitava o silêncio do momento,

Mas estava ali, firme.

 

Diante do altar, chorei sua partida.

Um choro que não conseguia conter

Tinha força de maré brava.

Lágrima —

Água sagrada.