Arthur Mello Noos

la morte

Já não tenho perfume e nem sabor

sou apenas um pedaço de carne energizado a vagar

meu escudeiro morre lentamente e já pensei onde será sua cova

vejo o nascer de cada dia igual ao anterior

a vontade de sorrir já abandonou-me sem adeus

meu olhar vago já não vê mais as cores.

Minha alma adoece lentamente

e quando a formosa morte me vier

estarei deitado ao lado do riacho pois não terei a quem me cubra de terra.