Saturno

Campo de Marte

Um eco no vazio,
um silêncio ocre,
sem fim.

Por que o vermelho
insiste em teus olhos?

É a cor do meu desejo,
uma tinta que invento
pra te colorir?

Ou é a memória
de um sangue antigo,
a herança de um deus
empoeirado?

Te vejo em tons
de ferrugem,
de um rosa pálido,
de um laranja exausto.

Todas as tuas cores
me olham de volta.
E eu não sei
o que elas
perguntam.