Viver…
é aceitar morrer em partes, aos poucos,
Não o fim completo, mas um esvaziar silencioso.
De sonhos que apodreceram,
de versões que já não servem, de apegos que nos mantêm cativos a prisões sem grades...
Há mortes que não têm velório,
mas pesam no peito como luto antigo.
São despedidas internas, de pedaços que resistem ao fim.
E o que não morre… apodrece.
Fica ali, consumindo espaço, trancando portas,bloqueando o novo.
Viver, de verdade, é se permitir ruir um pouco, é descer aos próprios porões,
é caminhar onde a luz não toca, e mesmo assim seguir.
A alma precisa dessas noites.
Do frio que dilacera, do silêncio que corrói,
da solidão que revela.
Pois só quem já morreu por dentro
é capaz de reconhecer quando a vida, enfim, renasce.
Por Freddie Seixas, o porta voz da dor.