O campo não promete nada.
É só campo.
E ainda assim,
há nele uma quietude
que me basta.
Nada floresce de pressa ali,
mas tudo espera
com uma paciência que ensina.
O sorriso do estranho
não aponta caminhos.
É só água —
mas limpa meu cansaço
como um riacho breve
nos pés de quem retorna.
Não preciso mais que isso.
Mais que isso
é ilusão de olhos cheios demais.
Quem ainda pede o extraordinário
é quem nunca aprendeu a ver.
A ver de verdade —
com o corpo quieto,
com o tempo inteiro,
com o coração aberto
ao que não grita,
mas existe.