Um dia, encontrei um passarinho,
no fundo do meu quintal,
com a asa partida, coitadinho
quem pôde fazer-lhe mal?
Tentei dele cuidar,
dei água e dei comida,
tudo para o ver melhorar,
para voltar à sua vida.
Cuidei como um filho,
acompanhei seu progresso;
e, ao ver crescer o passarinho,
só queria o seu sucesso.
Numa manhã, ele melhorou,
já conseguia voar;
pela minha janela voou,
para nunca mais voltar.
Amar o passarinho fez-me mal.
Mal o conhecia, e fiquei sozinho.
No fim, encontrei-me no fundo do quintal
com o coração partido, coitadinho.