E quem nunca, por um instante, um dia
caiu no fundo doce da euforia?
Quando a mente voa sem freio, sem guia,
e o mundo parece desmoronar em sintonia...
As horas correm, tudo faz sentido,
o impossível se torna permitido.
Entre risos soltos e pensamentos velozes,
o real se cala, surgem vozes atrozes.
É a confusão vestida de certeza,
a lucidez rendida à correnteza.
O coração em festa, o corpo em guerra,
um vulcão que sobe e nada encerra.
Toma o racional, desfaz o chão,
invade o peito com ilusão.
E a vida, com suas voltas, então,
nos empurra de volta à razão.
Devagar, o caos perde sua cor.
A alma cansa, desce o fervor.
Voltamos do alto, do descontrole,
aos poucos, juntamos o que nos coube.
Recompomos o estado emocional,
perdoamos o surto quase fatal.
E ali, no meio do nosso dia...
nos perguntamos...
E quem nunca sentiu essa mania?