Sonhei com o jardim onde mora o silêncio das certezas,
o verde que sussurra promessas ao vento,
e as cadeiras de cetim que esperavam por mim.
Era um ensaio, mas parecia real.
Duas borboletas vieram.
Testei o céu em pensamento:
“Se for pra ser, que uma delas me toque.”
Uma tocou e partiu.
A outra…
A outra pousou e falou.
Fez de cera uma irmã de si mesma.
Moldou com amor,
e me perguntou quem eu era.
Eu disse: “Sou 3 de dezembro.”
Ela respondeu:
“Nunca vou esquecer. Volto pra te visitar.”
Eu quis mostrar ao mundo.
Mas nem tudo que nasce pode ser exibido tão cedo.
A cera caiu, as peças quebraram.
E ela, com mãos de luz, voltou.
Consertou tudo.
E eu acordei…
Sabendo que ela vai voltar.
Em agosto. Ou quando for hora.
O amor é paciente. E tem asas.