Pedro Ribeiro

Nós mundos que quero viver

 

Nos Mundos Que Quero Viver

 

Nos mundos que quero viver

não há pressa,

nem prazos,

nem medo.

 

As cores gritam,

as palavras tocam,

os sentimentos não se escondem.

 

Neles, voo sem asas,

corro sem rumo,

amo sem freios,

e, às vezes,

morro… só pra renascer mais forte

na página seguinte.

 

Nos mundos que quero viver,

sou tudo o que sonhei:

curandeira, rainha,

forasteira, trovadora,

às vezes só uma alma

procurando abrigo

em histórias que me entendem

melhor do que gente.

 

A realidade?

Me parece rascunho.

Cinza.

Incompleta.

Limitada demais

pra quem já viveu

mil vidas em uma estante.

 

E quando me chamam de ausente,

eu sorrio.

Não estou aqui —

estou onde quero estar.

Em mundos onde a dor vira poesia,

onde o fim nem sempre é o fim,

e onde, por um instante,

sou livre.