Na quietude da noite o bardo vaga,
escuta o ontem na velha canção;
no peito a dor da ausência se propaga,
e a nostalgia é quase uma afeição !
No quarto, o frio fere qual adaga,
e o silêncio sangra o coração;
num labirinto atroz, a voz se apaga
e o vazio é sem explicação!
Mas há beleza na melancolia;
na lágrima que rola, há poesia,
e na saudade, um doce recordar!
É quando, então, a ausência se revela,
e o silencio é mote que chancela
a solidão, que a dois, paira no ar!