Eu queria ser o abraço amigo,
O confidente, o abrigo aonde quer voltar.
Queria ser o beijo de despedida,
A saudade que parte sem poder ficar.
Eu queria ser o carinho escondido,
A lembrança, o sorriso ao regressar.
Queria ser o conforto na perda,
A palavra que ajeita tudo em seu lugar.
Mas não sou mais o motivo do seu riso,
Nem o abrigo onde deseja estar.
A saudade na ida virou ninhada,
Ganhou asas e não quer pousar.
O carinho escondido agora é dos amigos,
Passageiros que vêm e sempre vão.
Quem está ao seu lado precisa de abraços,
Pois até no cansaço há espaço para lhe amar.