Teus filhos; a luta
Teus filhos não são teus.
Eles são frutos do destino.
Embalados pela luta, figurados pela sobrevivência, em casa de desconhecidos.
Teus filhos são como escambo.
Ela saiu chorando.
Quem?
A menina.
Remoendo a marca profunda no peito.
Do interior ela sai, pra brincar com tuas crianças, ser empregada da tua gente,
suas mãos,
Há suas mãos..
São úteis e valiosas, pequeninas, limpam lugares ásperos e apertados, a morte da infância nasceu com a pobreza.
\"Me de tua criança\"
Deveria ser,
Me dê a infância, A inocência roubada.
Ela é filha da vida.
Filha da pobreza e da miséria, é refém do destino, da humildade e da ignorância.
Seus trajes são os restos, seus brinquedos também.
Hoje ela ganhou uma roupa, de nome curioso,
\"Jardineira\"
Vestiu com felicidade,
Uma roupa nova,
Nova,
Nova,
Com cheiro de frescor,
O frescor que não há nos restos, jogados pela falsa caridade.
Passou o natal feliz, esperando o papai noel, Na família que o destino deu, pra que papai noel?
se o presente está longe,
A família que Deus lhe deu.