Às vezes me pego, no escuro, calado,
Com o peito apertado, o olhar apagado.
O mundo lá fora sangra em silêncio,
E aqui dentro… é só desencanto e cansaço imenso.
Tem criança com fome, tem gente sem lar,
Tem lágrima seca que ninguém vai notar.
Tem guerra por ódio, tem morte por nada,
E eu me pergunto: qual é a estrada?
A estrada que leva pra longe da dor,
Pra onde a alma enfim sente amor.
Porque aqui, Senhor, tudo pesa demais…
É desilusão nos cafés e nos jornais.
A esperança escorre no ralo do dia,
A alegria virou fantasia.
A cada esquina, um sonho que cai,
E o tempo só passa. E nunca volta mais.
Por que o Senhor me deixou acordado,
Nesse mundo tão duro, tão despedaçado?
Onde a vida é pequena, e o medo é maior,
E quem sente profundo, sente mais só.
Não peço castigo, nem falo blasfêmia,
Mas carrego esse nó, essa eterna demência.
Me diga, em prece, ou em vento, ou em nada:
Por que Deus não me leva nesta madrugada?
17 jun 2025 (10:20)