Se este fosse o único poema que eu pudesse deixar,
seria um sussurro nas folhas que o vento faz dançar.
Um instante capturado na vastidão do ar,
um convite silencioso para a alma despertar.
Falaría da coragem que nasce no peito calado,
da luz que insiste em brilhar no caminho cansado.
Das quedas que ensinam, das lágrimas que regam,
do amor que transcende e nunca se entrega.
Seria a voz dos que caminham na sombra e no sol,
dos que buscam no escuro o mais puro farol.
Um canto para quem sente, para quem sonha, para quem vê,
que no simples existir há sempre um porquê.
E quando o último verso se dissipa no vento,
que reste no silêncio o eco do sentimento.
Pois o único poema, a verdade inteira,
é viver — com alma inteira.