Eu te dei felicidade... você me deu saudade.
Eu te dei sincero amor... você me deu dor.
Eu te dei sinceridade... você me deu falsidade.
Eu te dei valor... você me deu fingido amor.
Foi tão querido em meu coração,
Aquele grande incêndio de paixão
Que, movido por teus lábios risonhos
Tão vivificantes como doces sonhos
Conduziram meus reais sentimentos
Me curando de velhos lamentos
Que me afligiam o poético peito
Quando me conduzia, tirana, ao leito.
Suas curvas femininas e voluptuosas
Suscitavam emoções prazerosas,
Aos olhos meus, tão tentadoras
Que eram aquelas visões pecadoras,
Para secretos pontos me guiando,
A amar sem medo, me ensinando,
Eu, que de amor muito julgava saber
Aprendi contigo o intenso prazer.
Quando naqueles dias tu quiseras
Amar-me ainda mais mil primaveras,
Tão inocente, julguei ser verdade
O que diziam teus lábios de falsidade
Que buscavam passageira ventura,
E não o que sonhei, eterna ternura,
Nos teus olhos lânguidos com ardor
Que mentiam para mim sobre amor.
Sincero amor, sempre levei comigo,
Em meu coração amante dei abrigo
Num canto especial somente teu,
Tu, que viver ao meu lado prometeu,
Falsa mulher de fingido coração
Somado aos meus pesares, desilusão,
Foi em minha vida um amor tirano,
Que revelou ser feminino engano!