Você veio, e eu nem tive tempo de me proteger, me atravessou feito raio,
e eu, tolo, estendi o peito nu,
como quem pede lindamente pela morte...
Te aceitei no que você tinha:
meias palavras, metades de promessas, um calor que nunca se doou por inteiro.
Mas eu...eu te dei meu mundo sem mapa, meu tempo sem relógio,
minha alma sem freio.
Só te pedi um lugar no nesse teu caos, só quis ser um baseado que queima na tua boca, a febre que te arranca o juízo, o porto que sangra mas ainda assim recebe o navio.
Você não ficou.
Você deixou saudade, e isso me mata um pouco por dia.
Você deixou a maldição do TALVEZ
e eu me agarro nisso como quem se afoga em mar sem fundo.
Porque, desgraça,
te amar foi o único momento em que me senti vivo.
E agora, no resto do tempo, eu sou só espera, sou só invenção de um amor que não volta, mas que eu insisto em ressuscitar todo dia.
Diz que volta, mente com carinho,
me engana com gosto,
mas não some como fez.
Por que é que os corações não são iguais? Diz a música inspiradora...
Por que o meu grita teu nome
enquanto o teu…só se cala?
Se não for pra me amar,
me odeia com presença.
Mas não me deixa nesse purgatório
entre a memória e o nada.
Porque te esperar, amor, é o jeito mais sujo, mais bonito, mais doente, que encontrei pra continuar vivo.
Por Freddie Seixas (o porta voz do amor)